A avaliação de lesões anexiais indeterminadas
em ecografa deve ser efectuada por Ressonância
Magnética (RM). Em primeiro lugar, é
fundamental a determinação da sua localização
exacta, dado que os diagnósticos diferenciais
e abordagem terapêutica são completamente
distintos consoante o órgão de origem. Alguns
sinais que podem auxiliar na determinação de
origem ovárica são: presença de folículos e de
parênquima ovárico normal em redor da lesão
sem plano de clivagem (“embedded organ
sign”); deformação do contorno do ovário
pela lesão (“beak sign”); visualização de um
pedículo vascular ou das veias gonádicas em
continuidade com a lesão (“sinal do ligamento
suspensor do ovário”); desvio dos vasos ilíacos
lateralmente e dos ureteres pélvicos posterior
ou póstero-lateralmente.
A maioria das lesões do ovário têm componente
quístico com elevado sinal em T2, sendo menos
frequente a identifcação de lesões hipointensas
em T2. Existe uma ampla lista de diagnósticos
diferenciais para lesões com hipossinal em T2,
que inclui: lesões hemorrágicas (nomeadamente
endometrioma), com componente de músculo
liso (leiomioma), com tecido fbroso (fbroma,
tecoma e cistadenofbroma) e tumores com
celularidade mista (tumor de Brenner, “struma
ovarii” e tumor de Krukenberg). De acordo
com as recomendações da ESUR publicadas
em 2017, é fundamental a sua avaliação em
sequência de difusão com valor de b elevado.
Quando nas sequências de b elevado estas lesões
apresentam sinal baixo, tratam-se de lesões
benignas, não sendo necessária investigação
adicional. Por outro lado, quando demonstram
sinal elevado ou intermédio é essencial a
administração de contraste endovenoso,
idealmente com estudo dinâmico.
Palavras-chave: Lesões hipointensas em T2; Lesões ováricas; RM; Lesões hemorrágicas; Tecido fbroso; Tumores com celularidade mista.
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